sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Vamos Nadal!!
Homens livres e shlichim
Enfim, espero que a vitória diplomática de Moshê no Egito (valendo-se de todos os meios de pressão disponíveis) na parashá dessa semana, possa nos iluminar.
Aliás, é nessa parashá que Moshê abre o segundo front de sua guerra: como tirar o Egito de dentro dos judeus. Como fazer com que 600 mil pessoas abandonem uma mentalidade de escravos?
A primeira medida (ou mitzvá, no vocabulário da psicologia do Tanach) foi o mandamento de santificar meses. No judaísmo os meses são lunares (numa antítese ao calendário egípcio pagão, baseado no sol), e quem declara o nascimento do mês é o tribunal central (que ficava ao lado do Beit HaMikdash) com base em testemunhas, que afirmavam terem visto a lua nova.
Ou seja: homens livres devem saber que eles tem o tempo em suas mãos. Somos nós que instituímos o nosso calendário (e consequentemente, as datas das festas, inclusive Pessach). Um escravo não precisa se preocupar com o relógio: o seu senhor se preocupa por ele. Mas nós somos homens livres, com todos os direitos e obrigações que isso implica.
A outra medida foi a instituição do Korban Pessach. Os judeus deveriam tomar um carneiro (que era idolatrado como deus pelos egípcios), amarrá-lo por 5 dias nos pés de suas camas, e sacrificá-lo e comê-lo no 5o dia. Que desparate aos egípcios! Onde já se viu? Matar e comer o deus alheio (ironia do destino: foi essa mesma acusação que a igreja católica carregou contra nós por 2000 anos). É verdade que devemos respeitar as idéias alheias, mas há um limite de quanto podemos tolerar – principalmente dentro de nossas casas.
Dentro de nossas casas nós somos soberanos, e não podemos aceitar qualquer influência cultural pagã. A ousadia é o contrário da submissão escrava.
Por fim. As leis do sacrifício de Pessach são a base do conceito de sociedade e “shlichut” (representação; procuração).
Duas famílias com poucos integrantes podiam dividir as despesas na compra de um único carneiro para ambas (a sociedade). E quando o representante da família sacrificava o carneiro, ele isentava toda a sua família da obrigação de sacrifício. Por mais que a Torá obrigou todos os judeus a sacrificarem carneiros, um único judeu podia representar e cumprir a obrigação de vários outros (que o nomeassem como “sheliach”). Nas palavras do Talmud: “Shlicho shel adam kemoto”. “O procurador de uma pessoa é como ela própria”.
Esses conceitos de sociedade e representação são a base do conceito de um povo e de uma nação. São a base de uma filosofia coletiva, onde existe um pacto social e uma obrigação mútua entre um grupo de pessoas. Parte do processo de virarmos indivíduos livres, é entendermos que fazemos parte de um povo, com o qual compartilhamos um passado e um futuro comum.
E é exatamente esse conceito que se esconde por trás de toda ofensa diplomática: quando o Chavez expulsa os enviados da Agência Judaica de Caracas, ele está enviando uma mensagem a todos os judeus do mundo, que são representado por eles. A mesma coisa com a decisão do juiz espanhol e os oficiais do exército de Israel. É exatamente por isso que a nossa resposta deve ser dura e exemplar. Por que nós somos homens livres.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Vida dupla X Vida ampla
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Cada um no seu nível
Pode parecer que faltam assuntos dos quais aprender lições, mas não posso deixar de escrever algo que me vem à mente desde ontem. Como escrito no Pirkei Avot (Ética dos Pais), não há nada nesse mundo do qual não podemos tirar um lição. Então aqui vou eu.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Já está mais do que na hora de mudar
Aliás, os nossos sábios explicam que mais difícil que tirar o povo judeu do Egito, foi tirar o Egito de dentro do povo judeu. Em outras palavras: é difícil mudar a mentalidade de um povo que se acostumou a viver como escravo. Essa mentalidade explica o medo que o nosso povo teve de vir para Israel quando pecou com os espiões. O mesmo fenômeno ocorre hoje em dia. Temos o nosso país independente, mas ainda temos uma mentalidade dependente (como se diz em hebraico: "uma cabeça de exílio"). Desde que nossos soldados entraram em Gaza, Israel sofre muita pressão dos dirigentes, porém não respondemos a altura.
Por que quando a Rússia diz que "está preocupada com a situação humanitária em Gaza", não respondemos que "estamos preocupados com a situação humanitária na Chechênia"? Desde que começou a guerra, mandamos quase que semanalmente representantes ao Egito, que se enxerga como "o diplomata do Oriente Médio", para tratar sobre a "crise humanitária" e sobre o futuro controle na fronteira entre Gaza e o Egito. Por que o Egito não se deu ao trabalho de mandar uma única vez um representante a Tel Aviv? Aliás, por que nós não exigimos isso deles?
Há um consenso de que sempre que há uma negociação somos nós que devemos nos humilhar. Que o mundo pense assim é natural. Que nós concordemos com isso é assustador. Assim que saímos do Egito, D'us nos proibiu de voltar para lá (e esse é um dos 613 mandamentos). A partir da hora em que nos outorgaram a soberania, estamos proibidos de voltar a pensar como escravos. Nossos soldados deram a vida em Gaza para devolver a honra ao nosso Estado, e é imperdoável que nossos líderes joguem ela pela janela a troco de nada.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Tá se escondendo do que?
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Obama na Casa Branca
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Australian Open
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Sim. É possível
Ioiô
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Rav e Ph.D.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Parashá stuma
Nossos sábios z"l explicam que o motivo é simples: com a morte de Yaakov, os olhos e corações dos seus filhos se fecharam. Eles não deram importância para as últimas palavras da parashá anterior, que diziam que os filhos de Yaakov (ou Israel) - literalmente, bnei Israel - já tinham muitas terras no Egito. Não somente tinham parte na terra do Egito, física, como também já estavam por dentro da cultura local, espiritual. Em outras palavras, estavam começando a se assimilar e esquecer dos princípios e ideais que aprenderam com o pai. Se estivessem com os olhos mais abertos, iriam ver que a escravidão não era algo tão distante - foi somente uma consequência.
Se eles fecharam os olhos para uma coisa que estava por vir, e se deram mal, a gente tem que aprender a ficar esperto também. O que falar então das situações em que as coisas estão claras, em baixo do nariz, e a gente nem percebe que a solução está bem ali? Basta abrir os olhos e encontrar a resposta.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Apple sem grandes novidades
Mudar as palavras
domingo, 4 de janeiro de 2009
Moral 100%
Minhas desculpas porque justamente na semana mais agitada desde que cheguei em Israel não pude escrever nada. O motivo: estive acompanhando um grupo de brasileiros como guia turísitico durante esses dias (uma das formas como um olê pode garantir o seu sustento nesse país de estrangeiros).
O rav Kook escreve que as guerras tem a capacidade de trazer a tona as características mais profundas de cada povo. A guerra é uma situação extrema onde cada povo tem a oportunidade de demonstrar quais são os seus valores mais profundos. Com toda a dor que existe em uma guerra, é lindo ver a força e a coragem que o povo judeu demonstra. Assim que começou o bombardeio a Gaza e foram lançados foguetes a Israel em resposta, várias famílias que vivem no centro e no norte de Israel anunciaram que estavam de portas abertas para receber famílias do sul que quisessem abandonar a zona de fogo durante a guerra. Porém mais bonito ainda foi ver a resposta das famílias do sul: "Nós não iremos abandonar as nossas casas!". Que povo tào especial é esse que está disposto a arriscar as vidas por esse pedaço de terra. Não estamos falando de soldados, mas de famílias de civis que entendem que eles também fazem parte da guerra, e que a coragem que eles demosntram é a maior derrota dos palestinos.
O Hamas acredita que Israel é uma sociedade que perdeu o idealismo e se rendeu ao consumismo ocidental descomprometido de quaisquer valores e ideais. Eles acreditam que os israelenses de hoje em dia não estão dispostos a sacrificar a sua qualidade de vida pelo ideal sionista. Eles acreditam que se nos bombardearem um pouco e dificultarem as nosssas vidas nós batiremos em retirada e abandonaremos esse canto do mundo. Essas famílias do sul mostraram que eles estão errados. Essa guerra que começou em Chánuka, iluminada com o fogo dos chashmonaim é uma prova de que o nosso povo é forte e corajoso e está regado por ideais.
Ontem as tropas terrestres invadiram a faixa de Gaza, iniciando uma nova fase nessa guerra que irá trazer de volta o orgulho aos habitantes do sul de Israel. Cada um dos soldados está lutando uma batalha pelo Kidush HaShem. Cada um deles está lutando para deixar claro que nós somos os soberanos dessa terra por direito e que nós não iremos abaixar a nossa cabeça para ninguém entre o Jordão e o Mediterrâneo. Que D'us encha o coração de nossos líderes, soldados e habitantes de coragem e bravura, e proteja a todos nós.