segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Cada um no seu nível

Ontem tive a oportunidade de assistir à final da Copa São Paulo de Futebol Júnior, entre o Atlético-PR e o Corinthians. Pela sétima vez, o timãozinho foi campeão do maior torneio de futebol sub-19 do país. Apesar do 2 a 1 alvinegro, e das 3 expulsões no segundo tempo, o que mais me chamou a atenção no Pacaembu ficou fora dos 90 minutos. Fiquei espantado em como a molecada - os jogadores - comemorou o título da Copinha, e acho que só quem estava lá consegue entender quanta alegria.
Para um jogador profissional, um campeonato digno dessa comemoração é, no mínimo, um Brasileiro, uma Libertadores. Mas pense que, para aqueles garotos, o máximo que eles podiam fazer era serem campeões da Copinha - e mereciam comemorar, afinal de contas, isso é o que sonhavam os 88 times no início.
Pode parecer que faltam assuntos dos quais aprender lições, mas não posso deixar de escrever algo que me vem à mente desde ontem. Como escrito no Pirkei Avot (Ética dos Pais), não há nada nesse mundo do qual não podemos tirar um lição. Então aqui vou eu.
Do mesmo jeito, alguém que está em certo nível no judaísmo, deve se esforçar ao máximo para cumprir o que está a seu alcance. Não se pode cobrar de alguém que nasceu no Brasil em uma família não-religiosa o mesmo que se cobraria de uma criança que nasceu em Mea Shearim ou Bait Vagan (bairros religiosos de Jerusalém). Do mesmo jeito que em títulos, sempre é possível ganhar mais: mais mitsvót, mais estudos, mais kavaná (concentração) nas brachot e tfilot. Da mesma maneira, cada degrau na 'escada que chega até os céus' deve ser comemorado, mas sempre sem se esquecer de que é possível crescer cada vez mais - e esse é o nosso objetivo a cada momento que nos é dado. No entanto, a vantagem em relação aos jogadores de qualquer esporte é que, quanto mais tempo no caminho e quanto mais velhos ficamos, são o conhecimento, a experiência e a satisfação que se somam, ao invés das lesões e da falta de preparo físico.

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