sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Paisagens


O ser humano é suscetível a influências do ambiente no qual ele se encontra. Consciente ou inconscientemente o nosso estado de espírito depende do cenário no qual nos encontramos. As pessoas podem responder a esses estímulos de muitas formas, mas o sentimento provocado por um dia nublado, cinza, não pode ser o mesmo que é provocado por um dia com o céu azul. De acordo com o judaísmo, a visão do céu recorda a alma a visão do trono celestial de D'us. O céu descoberto, sem núvens, é um convite para ligar-se ao infinito.
Um componente importante desses fatores aos quais somos suscetíveis é a paisagem. Quando estamos no pico de uma montanha há a sensação de ter o mundo nas nossas mãos, uma sensação de liberdade. Por outro lado, quando estamos no fundo de um vale, com o horizonte bem alto, experimetamos um sentimento de introspecção. (Aliás esse contraste entre montanhas e vales é muito perceptível em Ierushalaim, e possui uma influência interessante sobre quem lá vive).
Mas há uma paisagem peculiar do Brasil que ainda não conhecia em Israel: a serra frente ao mar. Ter o mar a sua direita e uma parede verde a sua esquerda. É difícil descrever os meandros da alma humana, mas de alguma forma eu sentia saudades dessa paisagem (ou pelo menos eu descobri que sentia saudades dela). Porém é óbvio que D'us não iria negar um presente desse à Sua terrinha. Semana passada descobri que é possível descer e subir o Carmel de bicicleta desde o Technion (há uns 300 metros acima do nível do mar) até a praia de Cheifá. E o meu suor foi bem recompensado: eu encontrei a minha paisagem. Um dos “dedos” do Carmel (que é uma cadeia de montanhas que se estende no Galil ocidental, no norte de Israel) chega bem próximo ao Mediterrâneo. E lá me vi eu, com o mar a minha esquerda e a montanha verde à minha esquerda. Há uma tradição de que nesse trecho da montanha fica a caverna na qual o profeta Eliahu presenciou uma revelação de D'us. Hoje em dia um teleférico leva desde a praia até o topo da montanha (mas não dá pra colocar a bicicleta dentro dele).
Enfim, matei uma saudade que eu não sabia que existia. Aliás, acho que essa é parte da beleza de Eretz Israel: a diversidade geográfica desse canto do mundo não deixa nada a dever pra ninguém: num raio de 400 quilômetros é possível ir esquiar nas montanhas do Golan, montar a camelo no deserto do Neguev, flutuar no ponto mais baixo do mundo e ver os vinhedos nas encostas das montanhas de Iehudá. É como se aqui existisse um concentrado de todas as paisagens do mundo. Afinal de contas se cada paisagem está ligada com um sentimento, essa terra precisa ser rica o suficiente para preencher o coração de idealistas e sonhadores do mundo inteiro.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Cada coração é precioso


Demorou, mas aqui estamos novamente. Enquanto o povo tupiniquim sai da ressaca do carnaval, nós iehudim só estamos agora entrando no mês da alegria. Ontem foi Rosh Chodesh Adar, o primeiro dia de do mês em que é comemorado Purim. Como diriam nossos sábios, "quando começa Adar, aumenta-se a alegria".

Na parashá dessa semana, terumá, estão alguns detalhes técnicos do Mishkan, e também o mandamento de construí-lo: "Veassu li mikdash, veshachanti betocham" - "E vocês vão me fazer um santuário, e Eu morarei neles". Quem bate de relance na frase, acha que Moshé Rabenu cometeu um gravíssimo erro de concordância - um mikdash: morar nele e não neles.

Nossos sábios explicam que isso não foi nenhum erro gramatical, e mas foi um "erro" intencional. Essa contradição pode facilmente ser explicada. O mandamento de construir um santuário é valido para cada iehudi, e não somente naqueles velhos tempos. Isso se aplica em cada dia do século XXI: devemos trabalhar para lapidar individualmente o nosso próprio "santuário". Nossos corações devem ser aperfeiçoados a cada dia, devemos melhorar nossas midot (traços de caráter), devemos estudar Sua Torá e fazer o bem. Esse trabalho, em cada caso particular, pode ser até mais difícil do que construir aquele antigo e enorme templo físico. Somente assim, com muito esforço e dedicação constantes, a promessa é cumprida: Hashem poderá morar nos nossos corações.

Partindo da parashá da semana, chegamos no assunto da semana - e nada é por acaso. No Rosh Chodesh Adar do ano passado aconteceu uma grande tragédia para Am Israel: um terrorista palestino (com cidadania israelense!) assassinou oito adolescentes que estudavam na famosa yeshivá de Merkaz Harav. Esses oito jovens valiam, cada um, tanto quanto um Mikdash vale para nosso povo. Após um ano desse trágico acontecimento, nos aproximamos mais uma vez da festa de Purim. Esperamos que, do mesmo jeito em que (com muito esforço e crescimento não físico) a tristeza dos tempos de Mordechai foi transformada em alegria, possamos superar a dor e atingir a verdadeira felicidade do mês de Adar.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Nada adianta contra a Propaganda

Durante o último conflito que ocorreu na faixa de Gaza, publicamos aqui um texto de João Pereira Coutinho, colunista da Veja. Agora á vez de Reinaldo Azevedo, colunista da mesma revista. Coloco aqui outro texto, que foi publicado na Veja da semana passada. 

"A notícia não está em nenhum dos jornais brasileiros ou nos grandes sites noticiosos. Lembram-se aquele ataque das Forças de Defesa de Israel a uma escola da ONU, que matou 43 pessoas? Pois é. Não foi numa escola da ONU coisa nenhuma, o que os israelenses vinham dizendo desde o dia 6 de janeiro. Só na segunda-feira, quase um mês depois, Mawell Gaylord, coordenador de ações humanitárias da ONU em Jerusalém, admite a verdade: o morteiro foi lançado numa rua PERTO da escola, mas não contra a escola.

Ora, recuperem o noticiário dos jornais e sites do Brasil e do mundo naquele dia 6. Lembro-me de ter aqui ironizado que os israelenses, maus como pica-paus, não podiam ver uma escola da ONU que iam logo jogando morteiros. Talvez para se livrar do tédio, não é? Ah, acusaram-me de insensível facinoroso. Marcelo Coelho, da Folha, sugeriu no jornal e no seu blog que tenho certa simpatia pelo assassinato em massa de crianças... Mais: como eu alertasse aqui para o óbvio — O HAMAS É A FONTE DAS NOTÍCIAS —, fui acusado de realismo estúpido. Coelho chegou a indagar algo como: “Para que jornalismo se já existem os militares?” Ou coisa assim. Chegou a minha vez de indagar: PARA QUE COELHO SE JÁ EXISTE O HAMAS?

O jornalismo dele, não sei para que serve. O meu existe, entre outras razões, para que os freqüentadores deste blog possam ler com mais acuidade o que é noticiado na imprensa.

Não se espante, leitor, se, naquele episódio, não tiverem morrido as 43 pessoas anunciadas. Todas, rigorosamente todas as ditas “atrocidades” cometidas por Israel têm origem no, como direi?, Departamento de Propaganda do Hamas: do grande número de crianças e civis mortos ao uso de bombas de fragmentação e fósforo branco para atacar pessoas. Este segundo caso, então, pode dar pano para manga. A tal substância não é considerada arma química. É empregada para iluminar alvos noturnos e criar cortina de fumaça para ação da infantaria. Israel nega que tenha feito qualquer coisa fora das leis internacionais. Como negava que tivesse jogado morteiro numa escola da ONU — e falava a verdade. De todo modo, abriu-se uma investigação.

Como se vê, o Hamas faz direitinho o seu trabalho. O ataque mentiroso à escola foi manchete do mundo inteiro. O desmentido, até agora, está apenas no Haaretz. O mundo também não se interessou em manchetar as torturas e execuções sumárias que se seguiram à retirada de Israel de Gaza.

A imprensa ocidental se deixou seqüestrar pela lógica terrorista. Esse caso da escola merece a justa designação: ESCÂNDALO. Quer dizer que os homens da ONU em Gaza demoraram um mês para fazer o que poderiam ter sido feito em cinco minutos? Escrevi aqui, certa feita, que o principal inimigo de Israel no Oriente Médio é a organização. Foi uma gritaria. Eis aí.

Bem, esperar o quê? O principal representante das Nações Unidas em Gaza é um sujeito que acredita que os próprios EUA tramaram o 11 de Setembro...

Pois é, leitores. Como diria aquele, quando já temos o terrorismo e a ONU, pra que certo jornalismo, não é mesmo?"

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Eu quero! Eu quero!

Durante mais de dois meses estive esperando por duas coisas: o conserto de um computador e a aprovação de um projeto de pesquisa científica. Cada dia que passava, eu entrava em contato com as entidades responsáveis. Não aguentava mais as situações de 'em análise', 'aguardando confirmação', entre outras sequelas burocráticas. Finalmente, em um intervalo de menos de 4 horas, o que eu tanto esperava realmente aconteceu: tanto o suado e longo projeto foi aprovado, quanto o PC - tão Pessoal quanto Computador - funcionava novamente.

Extrapolando um pouco e brincando com comparações, uma criança pede um presente para o pai. Recebe um não. Esperneia, recebe mais um não. E isso continua ocorrendo até o momento em que a criança cresce em algum aspecto - e o pai percebe que seu filho já merece o que tanto desejava. Como resultado, o filho vai dar muito mais valor do que se tivesse ganhado o presente de graça, sem nenhum esforço, sem nenhuma espera.

Todo dia, toda hora, a todo momento, queremos receber o que tanto desejamos. D'us, por Sua extrema bondade - Sua essência - deseja nos dar tudo do bom e do melhor. Por que então não ganhamos? Porque nem sempre estamos prontos para receber: para um fluxo constante de água enxer o copo, o mesmo não pode estar furado - e de nada adianta colocá-lo embaixo até de uma cachoeira. Após o crescimento pessoal, após a mudança de características (midot), consertamos certos defeitos, e assim merecedores de um prêmio - e não de um presente, que vem de graça. O prêmio adquire outro valor, e é muito mais gostoso. Aí é so comemorar.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Quem viu?

É nas últimas duas semanas que se encontra, nas parashiot, uma das fortes provas racionais da emuná - a fé judaica. Ao contrário do que muitos pensam, o judaísmo não é uma fé cega, que simplesmente acredita em milagres vistos por poucos. Antes de acreditar, estudamos muito; nossa fé, antes de chegar no coração, passa pelo cérebro (e já passou por milhares de gênios do mundo da Torá ao longos dos milênios).
Pare para imaginar no que foi a saída do Egito: todos viram o mar se abrindo, e enquanto passavam pela terceira margem (a de baixo) seca, apontavam com seus dedos "Ze Eli veanvehu" - 'Este é meus D'us". Não foi uma pessoa que teve um sonho, não foi um grupo de dez pessoas, mas sim milhões de homens, mulheres, e crianças. Lemos nesse shabat a parte que narra a entrega da Torá. Mais uma vez, os mais de 3 milhões de pessoas viram a revelação Divina com seus próprios olhos, escutaram os trovões, escutaram os primeiros mandamentos da 'boca' de D'us. Algo como 30 estádios do maracanã. Suficiente, não?
Você pode mentir para muita gente durante muito tempo, mas é impossível mentir para todo mundo o tempo todo. É impossível enganar um povo inteiro, mais ainda por milênios. E nós estamos, ano após ano, vivos e comemorando a Pessach e Shavuot - as festas que representam essas duas situações: a abertura do mar e a entrega da Torá - assim como nossos antepassados comemoraram no primeiro ano após esses acontecimentos.
O judaísmo é e sempre será uma religião sem igual, única. Por que? Podemos fazer um blog só pra isso, mas uma boa resposta é que apresenta fatos históricos únicos, não encontrados em nenhuma outra das religiões (que, por acaso, saíram dela).

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Nigun Cracow

Coloco aqui um vídeo que conta a história sobre a origem de um nigun (música que não contém letra alguma, mas somente uma melodia). Em geral, os nigunim conseguem mexer muito com os sentimentos e emoções. O nigun em questão leva o nome da cidade onde foi criado, Cracóvia. A versão deste clipe é um pouco diferente dos nigunim tradicionais, que são em geral cantados (e não possuem solos de guitarra e viradas de bateria tão 'modernos'...).

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Mastros no Mar Vermelho

Para nós, yehudim, globalização não é uma novidade. Judeus de todos os cantos do mundo vivem em sincronia, através de um mesmo calendário e um mesmo estilo de vida. É exatamente essa característica que ajuda a absorção de um yehudi em qualquer canto do mundo: sempre é possível encontrar algo que relembre a nossa casa (as mesmas rezas, os mesmo livros, os mesmos costumes, e até mesmo as mesmas piadas).
Porém existem diferenças, especialmente em Israel. A vida judaica aqui adquire um caráter nacional, o que a enriquece muitíssimo. Shabat passado lemos na Torá o "Az iashir" - a canção que o povo judeu cantou após a abertura do mar Vermelho, comemorando e agradecendo a bravura de D'us. Entre outras coisas que lembramos nessa canção está o conhecimento de que D'us é Aquele que guerreia por nós. "HaShem ish milchama, HaShem shemo". "D'us é um homem de guerras, D'us é o seu nome". Na continuação da parashá também lemos sobre a primeira guerra (e consequentemente, a primeira vitória) propriamente dita do povo judeu: a guerra contra Amalek.
Aproveitando esse cenário de fundo, o rabinato chefe de Israel decretou que esse Shabat seria dedicado para agradecer a D'us pelos milagres que Ele realizou nessa última guerra, no mês passado, em Gaza. Passei o Shabat em Kriat Arba, ao lado de Chevron. Após a reza de Kabalat Shabat e Arvit, fomos jantar com a família, e depois, mais tarde voltamos a sinagoga para cantar algumas músicas (conhecidas pelos sefaradim como "Bakashot"). Após aquecermos as gargantas, preparamos os ouvidos para escutar as histórias de alguns soldados que estiveram em Gaza.
Não importa quantos milagres escutemos, sempre é chocante escutá-los de primeira mão. Um soldado comentou que em um dado momento, na primeira semana da guerra atiraram granadas contra o seu destacamento. Ele contou, que ele próprio foi pego de surpreso e não teve reação naquele instante. Porém as granadas não explodiram. Outro deles contou que o seu destacamento havia sido designado para invadir Gaza na primeira noite da guerra, porém por problemas técnicos a invasão foi adiada até a manhã seguinte. Conforme os soldados foram avançando no dia seguinte, puderam distinguir fios elétricos espalhados no meio do vinhedo por onde eles avançavam. Assim que se deram conta, começaram a recuar: explosivos. Quando haviam conseguido atingir uns 100 metros de distância, escutaram as cargas explodindo: 7 delas de vários lugares simultaneamente. Ele contou que vários soldados foram jogados ao ar devido a força da explosão (e muitos viram as armas escaparem de suas mãos), porém apenas dois se feriram levemente. Seria impossível distinguir os fios no meio da noite.
Outro soldado contou que o seu comandante, não religioso, chegou para o seu destacamento no primeiro dia da guerra com um pacote cheio de tzitziot: "Ninguém entra em Gaza sem vestir um tzitzit antes! Isso irá nos proteger!". De acordo com ele, inclusive dois soldados voluntários peruanos (que não eram judeus) também vestiram os tzitziot. No fim do segundo dia dos combates quando puderam descansar, puderam perceber que havia furos de balas nas suas armas (no "cat", a parte de trás do fuzil, que é apoiada no ombro, a alguns centímetros da carótida e da jugular).
Milagres atrás de milagres... A palavra para milagre em hebraico é "nes". "Nes" também significa mastro. Algo que pode ser visto à distância. Através dos milagres, D'us acena para todos que ele está ali atrás.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Mãos à obra!

É nessa semana que se conta sobre a saída do Egito e sobre a abertura do Iam Suf. Li um dos comentaristas falando que no momento em que o mar se abriu, todas as águas do mundo se dividiram em duas. Fiquei imaginando como seria beber um copo de água aqui no Brasil, como seria Michael Phelps terminando um revezamento em Pequim e a situação de desespero no Sea World, em Orlando, entre outras viagens.

Voltando à realidade, uma passagem merece destaque. Assim que soube que Am Israel ainda estava próximo, o Faraó resolveu voltar atrás de sua decisão, e pegar todo o povo e tudo o que tinham levado. Assim, Am Israel ficou encurralado e, no desespero, reclamaram ao seu líder Moshe. Mesmo sabendo que todos iriam se salvar (e que, para que isso acontecesse, teria que andar em direção ao mar), Moshe resolveu rezar para D'us. Como uma resposta diferente do que nosso líder esperava escutar, D'us lhe fala: "Você vai continuar pedindo para mim?"

É óbvio que tudo o que fazemos depende Dele. De acordo com a tradição, "hakol min hashamaim" - "tudo vêm dos céus". É indiscutível que devemos rezar muito pedindo que todos nossos planos e ações tenham sucesso. No entanto, a nossa parte deve ser feita. Em condições normais, se não houver um shaliach, um executor no plano físico, as coisas não se desenvolvem e o mundo não roda. Além de ficar somente pedindo, devemos lembrar que a vontade Dele é que nós sejamos Seus parceiros; que a gente também ponha a mão na massa e consiga atingir os objetivos, em todos os planos, na construção de uma vida melhor, e então de uma sociedade melhor e, por fim, de um mundo melhor.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Sabe Tudo?

É sabido o quanto os religiosos acreditam que D'us é Aquele que tudo pode fazer. Aquele que, por ser completo, não precisa de nada. Como falamos a cada ano nas tfilot de Rosh Hashaná e Yom Kipur, "Vekol maaminim shehu kol iachol" - "E todos acreditam que Ele pode tudo". Como disse David hamelech no tehilim (salmos), "Ele sabe de todos os pensamentos de todos homens". Agora, para quem passou pela parashá Bo, que lemos na ultima semana, ou pra quem lembra da história da Hagada de Pessach, surge uma pergunta óbvia. D'us pede que os iehudim coloquem no batente das suas casas um pouco do sangue do korban (sacrifício), para que Ele soubesse quais casas não castigar com a última praga, a dos primogênitos. Será que realmente D'us não sabia quais casas eram de egípcios ou não? De maneira semelhante, por que precisamos rezar três vezes por dia, pedindo tudo o que queremos, se antes de nascermos Ele já sabia tudo o que iria passar pela nossa mente?
Para fazer o korban (e não deve ser nada fácil matar um animal que é idolatrado no país onde se mora), os iehudim tiveram que se esforçar muito. Como consequência do esforço realizado, deram valor, e por isso se poderiam se sentir identificados, se sentir queridos, e com a sensação que Alguem está aí pra eles. Sem dúvidas, com isso se fortificam a identidade judaica e o contato com D'us. No caso das rezas, é a mesma coisa. Paramos ao acordar, ao meio do dia, e à noite para lembrar que temos um contato com D'us. Lembramos Suas vontades, nossas vontades, e do mesmo modo a identidade também se fortalece.
A resposta para as duas perguntas é a mesma. Com certeza, Ele sempre soube de tudo o que pode ter pensado em surgir na face da Terra, e Ele não precisa de nada. Justamente por isso, somos nós os únicos que têm algo a ganhar fazendo o que Ele manda. Cada mitzvá é uma chance de cada um de nós crescer e se aproximar Dele.