sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Parashá stuma

Amanhã é dia de falar chazak chazak venitchazek: terminamos a leitura de Bereshit desse ano. Aportuguesando, 'muito bem'. A última parashá do primeiro chumash é vaiechi, onde são contados os últimos momentos de Itschak. Todas as parashiot são separadas entre si por espaços de 9 letras, ou começam na linha seguinte. No entanto, essa é a única entre todas as 54 que não é separada - é uma parashá stumá, em hebraico, fechada.

Nossos sábios z"l explicam que o motivo é simples: com a morte de Yaakov, os olhos e corações dos seus filhos se fecharam. Eles não deram importância para as últimas palavras da parashá anterior, que diziam que os filhos de Yaakov (ou Israel) - literalmente, bnei Israel - já tinham muitas terras no Egito. Não somente tinham parte na terra do Egito, física, como também já estavam por dentro da cultura local, espiritual. Em outras palavras, estavam começando a se assimilar e esquecer dos princípios e ideais que aprenderam com o pai. Se estivessem com os olhos mais abertos, iriam ver que a escravidão não era algo tão distante - foi somente uma consequência.

Se eles fecharam os olhos para uma coisa que estava por vir, e se deram mal, a gente tem que aprender a ficar esperto também. O que falar então das situações em que as coisas estão claras, em baixo do nariz, e a gente nem percebe que a solução está bem ali? Basta abrir os olhos e encontrar a resposta.

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