sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Já está mais do que na hora de mudar

Na sinagoga, vemos essa semana que Moshe começa a luta para que os judeus saiam do Egito (valendo-se de meios diplomáticos e armas não convencionais). No jornal, os nossos soldados saíram de Gaza. Assim como o Faraó dava sinais de apaziguamento durante as pragas (e prometia libertar o povo judeu) mas depois voltava atrás, os palestinos também esquecem de quaisquer promessas e já aproveitam o atual período de trégua para se rearmarem. Infelizmente nós ainda não aprendemos a lição da História.

Aliás, os nossos sábios explicam que mais difícil que tirar o povo judeu do Egito, foi tirar o Egito de dentro do povo judeu. Em outras palavras: é difícil mudar a mentalidade de um povo que se acostumou a viver como escravo. Essa mentalidade explica o medo que o nosso povo teve de vir para Israel quando pecou com os espiões. O mesmo fenômeno ocorre hoje em dia. Temos o nosso país independente, mas ainda temos uma mentalidade dependente (como se diz em hebraico: "uma cabeça de exílio"). Desde que nossos soldados entraram em Gaza, Israel sofre muita pressão dos dirigentes, porém não respondemos a altura.

Por que quando a Rússia diz que "está preocupada com a situação humanitária em Gaza", não respondemos que "estamos preocupados com a situação humanitária na Chechênia"? Desde que começou a guerra, mandamos quase que semanalmente representantes ao Egito, que se enxerga como "o diplomata do Oriente Médio", para tratar sobre a "crise humanitária" e sobre o futuro controle na fronteira entre Gaza e o Egito. Por que o Egito não se deu ao trabalho de mandar uma única vez um representante a Tel Aviv? Aliás, por que nós não exigimos isso deles?

Há um consenso de que sempre que há uma negociação somos nós que devemos nos humilhar. Que o mundo pense assim é natural. Que nós concordemos com isso é assustador. Assim que saímos do Egito, D'us nos proibiu de voltar para lá (e esse é um dos 613 mandamentos). A partir da hora em que nos outorgaram a soberania, estamos proibidos de voltar a pensar como escravos. Nossos soldados deram a vida em Gaza para devolver a honra ao nosso Estado, e é imperdoável que nossos líderes joguem ela pela janela a troco de nada.

Nenhum comentário: