sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Nada de estardalhaço

No desenrolar dessa parashá, Mikets, Yossef sai da prisão em que esteve por dois anos e desvenda os sonhos do Faraó. Por acertar na mosca, vira nada mais nada menos do que o vice-presidente do Egito, o mão direita do Faraó. Como previsto nos sonhos, se iniciam os anos de miséria após os sete anos de fartura. Todos ficam sem alimentos - fora o Egito, que armazenou muita coisa dos tempos de vacas gordas (será daqui, do sonho do Faraó, a expressão usada nos dias de hoje?).

Muito distante geograficamente, mas também em crise, Yaakov manda seus filhos descerem ao Egito para comprarem a comida lá guardada. Nossos sábios fazem questão de ressaltar que os dez irmãos foram recomendados por seu pai a entrarem na cidade dispersos, cada um por um portão. O motivo é simples. Um gringo já chama atenção. Dez estrangeiros andando juntos chamam muita atenção. Dez estrangeiros com dinheiro andando juntos chamam muito mais atenção.

Torá não é um conjunto de informações históricas para divertir as crianças ou nos entreter. Não é uma novela dividida em capítulos. Ela não é algo distante ou inatingível: nos foi dada para que cada um de nós possa aprender com seus ensinamentos do dia-a-dia e de comportamento. Modéstia, humildade, simplicidade, fugir da exibição, tsniut (ser discreto). Essas são características que todo Iehudi deve aprender com a história de seu povo e aplicar na própria rotina, sendo traços inseparáveis de sua essência.

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