sexta-feira, 13 de março de 2009

Direção certa

Como diria a estrela do samba rock, Seu Jorge, "está na luta, no corre corre, no dia-a-dia". De fato, a rotina puxada às vezes nos garante somente poucos momentos livres - e fica difícil não querer descansar nesses intervalos. Por isso uma leve diminuição na frequência com que os posts são colocados, e mais do que isso, as ideias da semana passada ficaram para depois - e o depois é agora.
A parashá da semana passada, terumá, gastou boa parte de seu conteúdo explicando as roupas que o Cohen HaGadol usava. Sua proximidade com o trecho que explica alguns korbanot (sacrifícios) faz nosso sábios concluírem que, da mesma maneira que os korbanot limpavam alguns pecados de Am Israel, assim também as roupas especiais o faziam: o ktonet (um tipo de avental) "limpava" eventuais assassinatos, o michnassaim (um tipo de calça capri) garantia o perdão por relações proibidas, os acessórios usados na cabeça perdoavam aqueles que eram metidos e arrogantes (com o ego lá em cima, assim como a cabeça está lá em cima), e o meil (uma roupa azul - tchelet) trazia perdão por fofocas & cia. - a famosa Lashon Hará.

Um motivo simples para o meil trazer kapara por Lashon Hará é que ele possuía vários sinos ao seu redor. Lashon Hará é feita com o som mais comum: a voz. Os sinos, por também produzirem sons, sons sagrados ao invés de profanos (como das fofocas), nos ensinam em que sentido devemos utilizar nossos dons.

Um motivo mais filosófico é trazido pelo Maharal de Praga. A cor azul do meil é a mesma do tsitsit: ao olhar para essa cor, lembramos do mar, ao lembrar do mar nos recordamos do céu, e o céu nos lembra D'us. Não é simples: algumas etapas necessárias para chegar em um objetivo final, através da nossa imaginação. Com a Lashon Hará é a mesma coisa, porém puxando para o lado ruim: muitas vezes nos deparamos com situações, e ao julgar para o lado ruim, já imaginamos coisas. Coisas que, em muitos casos, não aconteceram em nenhum lugar fora das nossas cabeças. Mais uma vez, o meil nos ensina que todos os dons, características, e super poderes que cada um de nós tem, deve ser utilizado com o intuito de nos tornarmos pessoas cada vez mais bondosas, mais produtivas, ao invés de utilizá-las para trazer mais escuridão à nossa volta.

Um comentário:

Unknown disse...

KOL HAKAVOD!,

SHABAT SHALOM..
LEA