segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Entre um ônibus e outro



Me mudei pra Chaifa, mas (graças ao bom D'us) é impossível esquecer Yerushalaim. Por isso, preciso voltar pra cidade das pedras no Shabat. Descobri que exitem algumas linhas de ônibus da Egged (a maior compania de ônibus de Israel), que servem ao consumidor charedi (também conhecidos como ultra-ortodoxos) da cidade de Chaifa. Elas saem diretamente do bairro charedi Vijnitz (com um ponto de ônibus que fica providencialmente próximo ao Technion) e levam à Yerusahalaim, Bnei Brak e Ashdod. Observação interessante: as passagens custam quase 40% a menos que nas linhas convencionais. Isso se deve à lotação dos ônibus e a inexistência de passageiros com direito a descontos na compra de passagens (entre os charedim há menos estudantes universitários, e soldados - esses últimos isentos de pagar qualquer passagem de ônibus).

A suprema corte está ameaçando baixar uma liminar proibindo essas linhas sob o argumento de que elas promovem uma segregação e uma discriminação, pois reduzem o contato entre charedim e não religiosos, que agora nem precisam ter o incômodo de se encontrarem na estaçào de ônibus. (O argumento é válido, mas é óbvio que a suprema corte nunca se daria ao trabalho de proibir uma linha equivalente que servisse a população não religiosa. Ao lado de todo esse discurso repousa um pouco do já sabido sentimento anti-religioso dos juízes da suprema corte).

Enquanto nada é decidido, eu me aproveito dessa associaçào entre as leis de Moshe e a lei da oferta e procura, e promovo a integraçào entre o setor sionista-religioso e o setor charedi. Detalhe interessante: apesar de todo a argumentação sobre segregacionismo e discriminação, peguei um ônibus cujo motorista era árabe, e era conhecido de todos os passageiros com chapéu, capota e peiot, que o cumprimentavam com muito entusiasmo. Parece que a distância entre Mea Shearim e a suprema corte se tornou maior do que a entre Ishmael (árabes) e Itzchak (judeus).

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