segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Show de bola!

Semana passada decidi ir ao Museu do Futebol. Depois de alguns meses de reforma no estádio do Pacaembu, ficou pronto o projeto idealizado por José Serra quando ainda era prefeito. Demorou para o Brasil ter um bom museu em um de seus estádios, a exemplo do 'museo de la pasion boquense', no estádio da Bombonera em Buenos Aires, e dos grandes times europeus, cujos estádios são muito mais que um gramado e uma arquibancada.

Os preços pagos na bilheteria são muito acessíveis: R$ 6, ou R$ 3 a meia entrada. O hall de entrada é grande e decorado com diversos quadros temáticos por todas as paredes, chegando facilmente a 200 quadros. Antes de entrar na exposição permanente, é possível visitar a exposição temporária, cujo tema é o rei do futebol: Pelé. Fora os vídeos de gols e imagens da carreira do jogador, há muitos objetos de alta importancia no mundo da bola, como camisetas usadas por Pelé (no Santos, na seleção e no New York Cosmos), trofeús entregues pela FIFA e outras autoridades, além da bola original do milésimo gol.

Ao longo do museu, de percurso único e mais de 6 mil m², há várias salas, cada uma com um enfoque diferente. Algumas me chamaram muito a atenção. 'Exaltação' se situa debaixo das arquibancadas e entre as estruturas metálicas do estádio, onde mais de quatro telas mostram simultaneamente a vibração das torcidas pelo país. A impressão que se tem com o show de imagens aliado ao eco das torcidas é um espetáculo para os amantes do futebol. A 'Sala das Copas' possui colunas formadas por painéis, fotos, vídeos e dados históricos da época de cada copa, com destaque para as cinco vencidas pelo Brasil. Visualmente muito atraentes e carregadas de muita informação.

Por todo o museu, alguns itens se entrelaçam, fazendo o futebol ser interessante até para quem não sabe quem é 'aquele cara de preto': a tecnologia, muito bem utilizada em diversos tipos de mídia (vídeos, sons, painéis interativos, cinema 3D, simulador de penaltis); a história, retratando a introdução do esporte no fim do século XIX e o que ocorria no Brasil e no mundo na sala das copas; e o design, que é ao mesmo tempo moderno, multicolorido e simples, e consegue levar conceitos básicos ou complexos do futebol a qualquer desentendido.

Duas horas não foram suficientes para ver tudo com calma. Vale a pena reservar um bom período para aproveitar bem. Fiquei muito contente por ver que o museu é estruturado para cegos: no piso há indicadores de caminho, e braile em diversos painéis. Diferentemente da seleção nos últimos tempos, os idealizadores do Museu do Futebol levaram a história do futebol brasileiro pra frente com um gol de placa.

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