domingo, 19 de outubro de 2008

Lechaim?

De uma maneira geral, tudo o que faço passa antes por uma avaliação que chamo de “risco-benefício”: o que vou ganhar em relação ao quanto vou me arriscar. Considerando que a chance de eu me machucar gravemente em um esporte é muito baixa em relação às coisas boas que ele me proporciona, mantenho altas as concentrações de endorfinas em meu corpo.

O mesmo valeria para a questão do álcool em Simchat Torá. O que se pode alcançar com ele pode até ser benéfico (mesmo que em qualquer esquina brasileira, no mais baixo chol, qualquer um também pode). Inicialmente, vale lembrar que, diferente de purim, onde há discussões se é permitido beber, não encontramos nenhuma base para isso na Torá para a festa em questão. Apesar de acreditar que a alegria verdadeira de Simchat Torá, como o próprio nome diz, deve vir do nosso prazer por ter estudado ela ao longo do ano, respeito a opinião de que podemos ficamos mais alegres facilmente, podendo direcionar essa alegria leshem shamaim – desde que o número de doses esteja dentro de um limite saudável.

Até esse ponto, tudo ótimo. Mas sempre surgem dois problemas. Sempre. O primeiro é que esse respeito não é recíproco. Quem se alegra com o álcool deseja forçar um lechaim para quem se contenta com as músicas e seus conteúdos. Será que eles não entendem a minha verdadeira simchá? Em segundo lugar, são poucos aqueles que se controlam (menos ainda os que conseguem controlar os outros – não me sinto bem cuidando de bêbados). Oferecer vodka a um grupo de 10 crianças na idade de colegial é certeza de que ao menos um irá passar dos limites. Decorrente desse abuso, já vi resultados baixos o demais com meus próprios olhos. Por isso, chega de tzitziot sujos de vômitos, de sifrei Torá molhados de smirnoff, e de iehudim caídos na sinagoga no sagrado Yom tov. Isso não tem nada de kodesh. Chega de open bar pra atrair a galera.

4 comentários:

marcel berdi disse...

otimo artigo, deve mandar por email com link do blog... ou apeans circular o email... parabens.

Unknown disse...

Parabens pelo curto e profundo artigo.
Eu estive numa sinagoga (fora do Brasil) onde havia 3 iehudim caidos (um dele mergulhado em vomito) e ninguem os acudia - perocupados em beber). Minha esposa foi ao banheiro e la viu uma senhora apoiada num carrinho de bebe com gemeos, vomitando ate as tripas. Quando isto chegara ao Brasil? Acho que e apenas questao de tempo pois estamos importanto bastate lixo Judaico...
Parabens de novo e convio-o a conhecer (e participar) do JACS-Brasil.
Marcos

Natan Rolnik disse...

Marcel, obrigado por ter divulgado o Blog e/ou este artigo.
Marcos, eu espero que isso não chegue no Brasil. Estou do lado do JACS. parabéns pelo trabalho.

magal53 disse...

Bom texto gostei