terça-feira, 12 de maio de 2009

Lag Baomer: mais de vinte séculos, lições atuais

Hoje é Lag Baomer, o trigésimo terceiro dia da contagem entre Pessach e shavuot. Foi no mesmo dia que hoje que pararam de morrer, há quase dois mil anos, os alunos de Rabi Akiva pela falta de respeito um com o outro. É hoje também o aniversário de morte de Rabi Shimon Bar Iochai (um dos 5 alunos que sobraram de Rabi Akiva após a peste). Ele foi o autor do livro base da tão comercialmente explorada kabalá, e quis que seu aniversário de morte fosse comemorado com muita alegria.

Um dos símbolos que representa este dia é o arco e flecha. A explicação para isso é que na época de Rabi Shimon Bar Iochai os judeus eram proibidos de estudar Toraá Como é impossível um judeu se desligar da Torá, eles A estudavam escondidos. Quando os guardas do imperador vinham ver o que estavam fazendo, sacavam cada um seu arco e flecha e fingiam estar treinando.
Mas o arco e flecha não nos passa somente a mensagem da resistência espiritual (e hoje em dia, da liberdade e da vitória do povo judeu sobre aqueles que tentaram destruí-lo). Ele transforma toda a energia potencial em movimento. Quanto mais pra trás a flecha vai, maior é a distância que ela alcança. Quanto mais esticada a corda, mais energia armazenada.

O mesmo vale para cada um de nós. Quanto mais afastada do judaísmo uma pessoa é, maior é seu mérito ao cumprir qualquer mandamento, e maior é sua recompensa. Nós vivemos distantes de Israel, no "fim do mundo à esquerda" do judaísmo, e convivemos com tantas outras culturas. Cada pequena mitzvá cumprida, justamente por ser mais difícil e suada, é muito mais considerada, e suas consequências, físicas ou não, conseguem chegar muito mais longe.
Dessa maneira, o arco e flecha também simboliza esperança. O judaísmo não vê o sofrimento/dificuldades de forma negativa: D'us faz tudo para o bem, com o objetivo de transformar a pessoa, buscando um crescimento pessoal (leia "Eu quero! Eu quero!"). Que quando 'nossas cordas estiverem esticadas', olhemos um pouco para o futuro, imaginando a flecha indo bem longe, e assim recebendo mesmo as dificuldades com amor a D'us.

Um comentário:

Unknown disse...

Para complementar, segue mais uma explicação que ouvi acerca da tradição de se brincar de arco e flecha.
Conta-se que na época de Rabi Shimon Bar Iochai nunca apareceu um arco-íris no céu, o que significa que pelos méritos deste grande sábio, D'us não precisava nos lembrar de nossas falhas. Ao analisarmos a palavra arco-íros em si ou em Ingles "rainbow", vemos que contém a palavra arco, que nos remete a arco e flecha.