quarta-feira, 20 de maio de 2009

Helenização? Não, obrigado

Em um país como o Brasil, é interessante ver quanta gente diferente convive junto. No meio universitário, isso é reforçado pelo número considerável de alunos de pós-graduação que saem de seus países ou por alunos de intercâmbio. Ontem tive a oportunidade de conversar com uma professora, que me explicou o motivo de seu sobrenome um tanto diferente: seu pai é de origem grega. Até ai, tudo bem.
Papo vai, papo vem, ela conta que já esteve em Israel. Até ai, tudo bem. Afinal de contas, não são raros congressos mundiais em Israel (isso sem falar nas universidades de ponta que existem por lá). Quando perguntei quais cidades ela visitou, logo disse: Holon, Hevron, além das óbvias Jerusalém e Tel Aviv, entre outras. Origem grega?
Sim. O problema é que só seu pai. Sua mãe é judia, e portanto, ela também. Ao perguntar se ela sabia que era judia, ouvi um "já ouvi dizer por ai" bem despreocupado. Quantas pessoas, assim como ela, devem existir só aqui no Brasil, que são iehudim e não sabem? Quanto disperdício. Possuímos uma das mais antigas culturas do mundo, temos o copyright do livro mais vendido no mundo, e muitos por ai nem dão valor. Não consigo imaginar o número de iehudim que sabem e não dão valor, e muito menos imaginar outro número, maior ainda: o de iehudim que nem sabem de sua essência. Tanta dor não entra na minha cabeça.
O que sim está na minha cabeça é a resposta para isso: enquanto não estivermos todos em Erets Israel, e ("e", não ou) seguindo nossos princípios milenares, estaremos sujeitos a ver a próxima geração com sobrenomes um tanto diferentes.

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