sexta-feira, 19 de junho de 2009

Quem mente melhor?

Na parashá dessa semana Moshe manda os doze espiões verem como está a situação de Israel, a pedido de D'us. É famoso o pecado que eles cometeram: falaram mal da terra, e por isso o povo recebeu o castigo de ficar 40 anos no deserto. No entanto, uma coisa chama muito a atenção de quem lê o trecho. Eles começam falando que estiveram na "terra que jorra leite e mel". E isso não tem nada de errado, afinal de contas, essa é a promessa de D'us para nós até os dias de hoje, mesmo em tempos de crise econômica mundial.

Os espiões começaram todo seu pecado, a grande mentira, com uma grande verdade. Nosso sábios comentam, no local, que para uma mentira ter credibilidade ela deve ter sua parte de verdade. Contar uma história absurda e fora dos padrões da realidade é pedir para não acreditarem nela. O melhor mentiroso não é aquele que conta uma grande mentira - mas sim aquele que consegue aproximá-la da verdade.

O mesmo vale para as outras religiões. Se baseiam completamente em Torat Emet - a Torá da verdade - mas alteram detalhes essenciais, como a unidade divina. Fato que isso é bem aceito é comprovado pelo número de seguidores que existem pelo mundo inteiro. Afinal de contas, a parte verdadeira que elas possuem - a Torá que recebemos no Har Sinai - acaba atraindo muita gente. Mas não é por isso que elas sejam completamente verdadeiras - 99% de verdade é igual a 100% de mentira.

Relações interpessoais que não são preenchidas por transparência e verdade jamais podem durar para sempre. Como dito na Ética dos Pais, uma das bases do mundo é a verdade. Se queremos um mundo melhor, devemos adicionar em nossas vidas os ingredientes que proporcionam sua construção, e não sua destruição. Um dos ideais de um judeu deve ser se assemelhar a D'us. Devemos aprender com Suaas características. Assim como Ele criou o mundo, e é Verdadeiro, devemos ser verdadeiros e continuar Sua criação, sustentando o mundo com verdade.

(na mesma linha de raciocínio, leia nosso post Podar a Árvore)

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