quarta-feira, 10 de junho de 2009

Cuidado no Alerta

Uma das coisas que mais incomoda quem deseja agir corretamente é observar alguém próximo fazendo um determinado erro constantemente. No entanto, muitos se questionam qual o direito que possuem de intervir na vida alheia, e não se sentem confortáveis em conversar com o amigo e adverti-lo. Aos olhos da Torá, qual seria a ação correta? Devemos nos sentir livres de avisar nossos amigos caso eles não estejam no caminho mais adequado, devido ao medo de não se intrometer na vida de alguém, ou será que somos obrigados a (pelo menos tentar) mudar a situação? Vire as páginas, vire as páginas, porque tudo está Nela - na Torá. No livro de Vaikra encontramos que há uma mitsvá de advertir o próximo: “Hocheach tochiach et amitecha” - não só temos o direito, como também o dever. Além disso, na Ética dos Pais está dito: "e adquira um amigo". Nossos sábios explicam que a importancia de se ter um amigo por perto se deve ao fato de um não se sentir atraído pelo ietser hara e assim conseguir enxergar melhor a essência do erro que o outro estaria prestes a cometer, alertando-o antes que fosse tarde.
Até ai, muitos sabem que devem advertir, mas não sabem como fazê-lo. Mesmo com a intenção boa, acabam agindo da maneira errada – e as conseqüências podem ser piores do que a indiferença.
D’us nos dá o mandamento de amar o próximo. Não é por acaso que isso aparece exatamente no versículo seguinte ao que nos ensina sobre a advertência. Daqui tiramos a primeira lição. Assim como D’us quer o bem de todas suas criaturas, porque Ele ama a cada um e um, nós devemos ser também. Deve ficar claro, tanto para quem fala quanto para quem ouve, que a força motora dessa conversa deve ser a mais pura possível: o amor. Todo o approach e a maneira de se passar a mensagem devem ser feitos o mais carinhosa possível.
Mas muitos ainda assim não se sentem bem, alegando que o certo é relativo. Perguntam a si mesmos: "desde quando somos os donos da verdade?". Desde que recebemos a Torá. Com ela, temos certeza do que é certo errado, aos olhos Daquele que criou o certo e o errado. Qualquer advertencia deve ser feita livre de interesses pessoais, com base no certo absoluto - e não relativo.
Por fim, mais uma lição: da nossa lashon hakodesh. É sabido que todas as palavras do hebraico possuem seus sentido ligado a sua raiz gramatical. O verbo advertir, lehochiach, também significa comprovar. Não podemos falar de advertencia sem lembrar que devemos mostrar para a pessoa o motivo dela estar errada. Advertir alguém por um erro que ela sequer não sabe ou não tem noção da gravidade é querer ensinar a atirar no escuro.
Que com se apoiando na base da Torá - o amor- possamos iluminar aqueles que estão a nossa volta, além de obviamente saber aceitar críticas construtivas da maneira adequada. Só assim poderemos ter um mundo mais correto, mais justo, e principalmente com o objetivo de toda a criação: o amor entre as pessoas.

Um comentário:

Unknown disse...

Este é um assunto que sempre dá o que pensar.. Muitas vezes achamos que não somos exemplos bons o suficiente a fim de apontar os erros do próximo.. Ao mesmo tempo que erramos muitas vezes, não conseguimos ver aqueles que amamos errarem também.. Isso tudo acaba gerando um desconforto enorme.. :S .. De qqr forma, sou da opinião de que se alguém é realmente seu amigo, vai estar disposto a te ouvir, o que nem sempre garante que a pessoa aceite a crítica, mas pelo menos vai estar ciente de que não está no caminho certo.. No fundo, apesar de insistirmos nos erros, sabemos que nem sempre estamos no caminho certo.. O que precisamos é de alguém que nos de "wake up calls"..rs..